SCRUM além dos post-its, uma visão humana do método

A verdade é dura mas estamos produzindo profissionais cada vez mais perdidos e sem rumo em suas carreiras, são muitas possibilidades, exigências e o mundo mudando muito rápido, por estes e outros motivos somos encorajados a buscar outras maneiras de fazer as coisas e pensar fora da caixa principalmente sobre nossas vidas.

Neste artigo queria trazer uma visão diferente sobre o que exatamente o SCRUM se propõe, não somente do ponto de vista prático ou cerimonial, mas acredito que ele pode trazer mais lições sobre nós seres humanos do que podemos imaginar.

SPOILER ALERT: Este post tem como base principal minha síntese sobre a leitura do livro SCRUM: A Arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo do Jeff Sutherland criador do método.

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O modo atual está errado

A primeira coisa que mais gostei no início da leitura é sobre o PORQUE do SCRUM poder ajudar empresas a inovarem em suas áreas e de fato tirarem suas ideias da gaveta, ou como organizações gigantes conseguem colocar em prática seus planos.

Na leitura acompanhamos cases de empresas que se encontravam na situação de caos total para a retomada do controle dos seus resultados. A primeira grande barreira é de o time que está ganhando não se meche, ou seja, eram empresas consolidadas com profissionais acomodados em suas situações.

O modus operandi da sociedade impõe esta condição de que se a empresa gera lucros não devemos mudar os processos, se um profissional tem sua "estabilidade" na empresa, basta continuar fazendo as coisas da maneira que sempre foi e tudo dará certo. Mas a visão que na realidade precisamos ter é que haverá a hora em que uma outra empresa fará o que eu faço de maneira mais eficiente.

Toda empresa deve ter a missão de se reinventar, de aprimorar seus processos, de conduzir seu principal ativo em busca da superação e felicidade, estou falando dos seus colaboradores.

Sobre equipes

Divergindo do que muitos imaginam, quanto mais gente trabalhando, menos produtivos seremos, claro que dependendo do modelo de negócio talvez isso seja positivo, mas se tratando de mão de obra criativa e intelectual, já sabemos que quanto maior o time perdemos a capacidade de gerenciar e garantir alinhamento dos processos. Equipes menores são mais eficientes.

As pessoas precisam de autonomia para tomar decisões, e claro serem cobradas pelos resultados, a melhor maneira de incentivar e motivar times é dando essa liberdade de maneira que pessoas multidisciplinares possam construir algo para chamar de seu. Dividindo as responsabilidades as cobranças o peso das exigências tornam-se mais leves quando distribuídos para todos. Então devemos mensurar os resultados e exigir do time e não dos indivíduos em suas particularidades.

Tempo e Desperdício

Essas duas palavras podem não ter relação ou estarem numa ordem inversa, mas de forma diária e constante, jogamos fora dias, meses e talvez anos da nossa vida realizando tarefas que poderiam antes ter sido evitadas, com um pouco de planejamento e estratégia aplicadas de forma gradual em nossa rotina.

O desperdício não somente de tempo mas se tratando de negócios é dinheiro e sonhos jogados fora, através do SCRUM podemos priorizar e concentrar nossas energias naquilo que realmente faz sentido e entrega valor real para nossos clientes. Uma pesquisa da ACE Startups indicam que apenas 1 a cada 12 startups tem sucesso, e alguns dos principais motivos está no investimento necessário que não conseguem ( o negócio não gera receita) ou escalam suas atividades no momento errado (pouca eficiência).

Podemos concluir que para ser ter mais chances nesse mercado, devemos ter um produto mínimo, que gere alto valor e devemos aumentar nossa eficiência para escalabilidade, entre outras palavras, nos concentrar em poucas features, gerar receita o quanto antes e termos um processo rápido de desenvolvimento.

Realidade x Fantasia

Se você é da área de desenvolvimento de software ou gestão de projetos, já deve ter ouvido falar do modelo cascada de desenvolvimento, e com certeza viu que por mais que houvesse gente capacitada e muitas horas de planejamento, as previsões para execução das tarefas nunca eram realizadas dentro do prazo, concluindo assim que somos péssimos em fazer cronogramas.

A boa notícia é que somos bons em estabelecer dificuldade para as tarefas, dessa forma ao invés de mensurar tempo o método adota um sistema de pontuação e capacidade de execução dentro de um período fixo de tempo chamado Sprint.

Outro aspecto interessante é que nós queremos que toda ideia, funcionalidade ou pedido dos clientes sejam colocados em prática, mas devemos olhar a realidade da nossa equipe, capacidade de entrega e tempo disponível. Caso contrário a ilusão do que seria um mundo perfeito pode atrapalhar o que realmente está concreto debaixo dos nosso pés.

Felicidade

Ponto fundamental para os resultados de uma empresa, não apenas dos acionistas ou gestores, mas a felicidade do time é o termômetro que gera eficiência e aumento de capacidade da sua equipe. Ter funcionários motivados e desafiados todos os dias é questão de sobrevivência para as novas gerações.

Pesquisas indicam que boa parte dos jovens preferem um trabalho que pague menos, mas que estejam engajados em tarefas e produtos que entreguem valor para as pessoas e se sintam encorajados nessa jornada.

No SCRUM temos as chamadas retrospectivas da Sprint, onde o time apresenta o trabalho realizado durante a sprint, e alguma feature será disponibilizada para o cliente testar, neste momento de conversa cada um tem a oportunidade de falar o deu certo, quais foram as dificuldades, o que poderia ser feito para melhorar o processo e quão satisfeito cada um está com sua participação no projeto.

Prioridade

São muitos aspectos que podem definir as prioridades de um produto, mas basicamente faremos um mix de todos os pontos anteriores para entender melhor como priorizar as tarefas.

Através de um chamado Backlog temos uma lista com todas as funcionalidades que podem fazer parte do produto, mas com muita delicadeza devemos enviar para produção aquilo que com menos esforço possível, o cliente tenha uma maior percepção de valor para sua atividade.

Não é uma tarefa fácil, mas considerando um objetivo claro do produto, conhecendo a capacidade da sua equipe e objetivando a maior eficiência para realizar entregas, será mais fácil você descartar algumas dessas novas funcionalidades que não precisam entrar na sprint de cara.

Conclusão

O SCRUM apesar de algumas pessoas acharem metódico, ele pode ser adotado e testado para validar sua eficiência, mas precisa haver uma mudança de mindset de todo o time, principalmente da liderança.

Seu principal eixo está em remover a burocracia e focar nas pessoas, mais uma vez estamos focando em aspectos humanos, em todos o processos as pessoas são o centro, dando autonomia, engajando, gerando felicidade, relacionamento e consequentemente mais responsabilidade.

Você entendeu direito o que é o MVP?

Muitas pessoas possuem uma visão errada de um MVP ou até mesmo nem sabem do que se trata. Para tanto precisamos voltar um pouco no processo, para entender o porque dessa importante ferramenta ser tão relevante assim, principalmente para quem está iniciando um negócio.

Antes de mais nada

Quando estamos construindo um negócio ou idealizando um produto, normalmente estamos visando uma causa social, ganhos financeiros, resolver um problema. Mas em qualquer situação temos que nos preocupar com a monetização e viabilidade do negócio. Mesmo sendo um produto com viés social, precisamos de capital para manter esse produto ativo.

Então, logo precisamos desde o início, pensar em fazer mais com menos dinheiro possível, claro que em fases posteriores podemos procurar investimento ou até mesmo conseguir financiamento com amigos, familiares ou crowdfunding. Para que dessa forma poder viabilizar o lançamento, contratar pessoal e abrir um escritório.

Mas é claro, tudo que queremos desde o início é saber se o negócio tem futuro ou não. Neste momento entramos com o papel do nosso MVP, mas afinal do que se trata o MVP?

O que é um MVP?

Em linguagem clara e objetiva é o que você pode resolver do problema do cliente imediatamente ou parte dele, ou seja, o Produto Mínimo Viável analisado ao pé da letra teremos:

PRODUTO: Logo não se trata de um protótipo que não resolva nada, muito menos um produto inacabado. É um produto que faz bem feito uma tarefa muito específica, onde aos poucos deve ser melhorado.

MÍNIMO: Que se refere a uma parte de um problema maior e isso significa dizer: o que podemos resolver agora e podemos entregar valor para nosso cliente?

VIÁVEL: Aqui vem o grande ponto que muitas vezes é desconsiderado nesta fase. Devemos entregar um produto que resolva parte do problema de muitos clientes e que se possível seja rentável, ou seja, as pessoas pagariam por isso?

Viável também pode significar do ponto vista de esforço técnico para ser desenvolvido. É óbvio que nem todos os negócios conseguem gerar lucro ou receita já no seu início, então neste ponto, se você conseguir um time ou por esforço próprio implementar um MVP bem executado, você terá grandes chances de rentabilizar e evoluir seu produto a partir de receitas próprias.

Como devo construir meu MVP?

Seu MVP pode possuir algumas finalidades diferentes, como rentabilizar o negócio, validar um conceito, obter feedback dos clientes, testar a viabilidade e aceitação no mercado, nestes casos ele pode ser até um protótipo mais próximo da realidade.

Basicamente um bom MVP precisa ter uma base clara do que precisamos construir, para quem precisamos projetar e como devemos resolver o problema específico (a dor do cliente).

Para ajudar nesses aspectos existem várias ferramentas do SCRUM e Design Sprint, uma delas é o 5W1H, com ela é possível ter uma visão clara inicial do seu produto. Outra ferramenta para tal finalidade é o UX Canvas que visa validar se uma determinada funcionalidade atende os requisitos dos usuários bem como aspectos do Marketing, UX e Tecnologia. Uma alternativa simplificada também seria o Canvas de Proposta de Valor, pretendo futuramente falar de cada uma dessas ferramentas.

O MVP deve ser construído com as melhores tecnologias do mercado? Não necessariamente, você precisa de uma ferramenta a qual possa dominar e que atenda suas necessidades, quando perceber que está com problemas para escalar o negócio ou levando muito tempo para criar novas features é hora de repensar sua arquitetura e tecnologias e chamar um esquadrão tecnológico de programadores e UX Designers.

Pretendo em artigos futuros trazer textos mais práticos sobre essas ferramentas, permitindo com que você consiga utilizar essas técnicas na elaboração de suas estratégias. Claro que é sempre bom contar com o apoio de um profissional, mas é interessante que você tenha essa iniciativa, até mesmo para poder se inserir no movimento ágil de desenvolvimento de soluções, e entender por conta própria o melhor momento onde um profissional pode fazer a diferença para seu negócio.

Por que eu preciso de um profissional de UX?

Muitas empresas e empreendedores ainda não perceberam, mas existe um grande movimento, onde um negócio que não possui tecnologia e empatia com as pessoas, muito provavelmente não ver se sustentar no médio a longo prazo. Por isso é tão importante investir em planejamento estratégico, conversar com os clientes e manter um time enxuto, é tão importante para se manter uma empresa inovadora e rentável.

Para se preocupar com esses aspectos tão importantes, é crucial para qualquer negócio, existir um profissional que envolva todo o time nessa tarefa, onde ele ajudará a diretoria a obter insights sobre seu mercado, e definir o rumo que o produto deverá seguir. No texto de hoje, veremos porque, e como um profissional de UX Design deverá transformar a maneira com que sua empresa toma decisões. Se gostaria de saber como cheguei nesta profissão recomendo este post que trata do assunto.

O que um UX Designer faz exatamente?

Este profissional como muitos pensam, não é responsável apenas pelo visual design do seu negócio, muito menos faz só "design", na verdade em alguns momentos sim, ele senta e produz interfaces e alinha suas estratégias com o setor de vendas, marketing, financeiro e todos os times envolvidos em um determinado produto ou negócio.

O UX Designer é o profissional responsável por garantir que existe um alinhamento entre as necessidades reais dos usuários, para com as estratégias da empresa, dessa forma auxiliar para que a experiência desse cliente, seja a melhor possível ao utilizar um determinado produto ou serviço, ou seja, ele deve ser onipresente entre os departamentos, e ser canal de comunicação entre esses setores e os clientes finais.

Existem diversas ferramentas para cada necessidade, mas normalmente este profissional realiza pesquisas com usuários e mercado, estuda seus comportamentos e experiências, valida ideias e questionamentos existentes, contrói protótipos para novas funcionalidades, verifica a eficiência da atual solução e muitas outras atividades mais técnicas, inerentes a qualidade do seu produto.

Estou iniciando agora, não preciso dele ainda

Aí que muitos se enganam, o começo é o momento ideal para se ter uma mentalidade de UX Designer, vou repetir, MENTALIDADE, isso mesmo, pois a partir de uma boa consultoria em UX, você pode economizar muito dinheiro que seria empregado em desenvolvimento de software, tecnologia, contratação de pessoas e evitar que sua empresa cresça, sem possuir uma base clara do que fará de você diferente.

Uma pesquisa indica que 30% a 40% das startups vão a falência, por criarem produtos que as pessoas não precisam, justamente porque essas empresas, nunca foram no mercado validar se essa ideia realmente é uma demanda real, ou porque simplesmente era uma necessidade pessoal do criador, e em último caso é uma ideia que não se sustenta, ou seja, precisa de investimento externo para continuar operando.

Então para que você tenha a construção da sua startup de maneira saudável e eficiente, seria uma boa ideia se atentar aos seguintes aspectos abaixo:

Conclusão

Em alguma fase da sua empresa, você irá ter que investir em melhorar sua operação, se essa cultura for construída desde o início, será mais fácil mensurar e ter o controle quando sua empresa crescer, um ROI de um UX Designer pode variar de acordo com seu negócio, mas o principal motivo para se ter um profissional desta área na sua empresa, é não permitir que você desperdice recursos, seja ele financeiro, tempo ou de pessoas na construção de um produto, que talvez não seja o que o mercado precise, ou que ele chegue ao mercado no tempo errado.

Você já teve alguma experiência nesta área? Mesmo não trabalhando como UX Designer, já se questionou e percebeu que precisava dessas respostas? Conte sua experiência nos comentários.

Como cheguei a profissão de UX Designer e qual sua relevância

Durante algum tempo eu tive a oportunidade de trabalhar em mercados de diferentes áreas, do impresso ao digital, das 8h no escritório ao atendimento ao público, de pequenas e de grandes empresas, e o melhor disso tudo foi a jornada que pude vivenciar e hoje poder compartilhar minhas experiências.

Como tudo começou

Aos 16 anos de idade comecei como jovem aprendiz em uma pequena gráfica em minha cidade, nesta empresa tive a oportunidade de trabalhar do atendimento a área técnica de impressão e produção gráfica. Aos poucos fui me envolvendo com produção gráfica para sites devido a demandas que surgiram dos clientes, eu queria ver meus projetos funcionais e não apenas no Photoshop, esta etapa de codificação era totalmente terceirizada. O que eu precisava aprender ainda?

Primeiras dificuldades

Durante os 3 anos no setor gráfico e iniciando meus estudos sobre o funcionamento das páginas web, conheci o HTML e CSS e criando meus primeiros websites pela gráfica, entendi que o mundo estava mudando e precisa buscar novas habilidades e desafios. Larguei minha carreira na gráfica e todas as "garantias" da CLT e comecei fazer um estágio em uma agência de publicidade tradicional que estava montando uma equipe para trabalhar com mídias digitais meados de 2009.

No mesmo período ingressei em uma graduação, foi um momento bem maluco, pois enquanto eu via colegas do Ensino Médio frustrados em fazer a melhor escolha e de qual curso fazer, eu simplesmente fui fazer minha matrícula para ingressar em Publicidade e Propaganda, simplesmente por conveniência do meu estágio na agência, porém quando cheguei na faculdade conheci um curso chamado Desenvolvimento de Sistemas para Internet, foi ali mesmo no balcão de atendimento que eu resolvi mudar meu curso.

E aqui pra nós, não me arrependo nenhum um pouco, foi um baita desafio conhecer todo ecossistema do desenvolvimento de software, redes de computadores e lógica de programação, foi até bacana pois tivemos cadeiras voltadas a empreendedorismo, gestão de serviços e muito mais. Este curso somou bastante no meu conhecimento técnico e visão computacional das coisas, preparando minha mente para alguns anos adiante.

Conexões e Aprendizados

No decorrer desta jornada claro que surgiram desafios, errei muito, aprendi e aí onde a brincadeira começou, a experiência de 5 a 7 anos atuando nesta área, comecei a conhecer padrões de mercado, tendo uma visão do que era puro modismos e vícios, os clientes foram ficando mais exigentes e o cenário mudava muito rápido, as ferramentas evoluíram e outras até deixaram de existir e uma nova fase na minha carreira, ou seja, precisa viver um novo desafio, foi aí que ingressei no meu último emprego como Analista de Suporte em TI para uma grande empresa, mas esse história fica para outro artigo.

Enfim, gostaria de deixar meus aprendizados e conexões que fiz e considero serem relevantes para empreendedores e mesmo para a sua carreira profissional:

Aplicação

Depois de apresentar esse breve relato sobre minha carreira, uma nova oportunidade surgiu, a ascensão da profissão do UX Design, neste momento foi onde me encontrei, pois sempre fui muito curioso e gostava de me envolver nos desafios do começo ao fim, com as skills necessárias e a experiência adquirida em alguns anos de mercado, busquei um novo posicionamento no mercado, percebi uma lacuna nas empresas, seja ela grande ou pequena, conhecimento de negócios, engenharia e que pense nos usuários, o mercado precisa de uma equipe que consiga fazer as conexões entre esses setores.

Larguei meu emprego "garantido" em uma grande empresa e aqui estou eu empreendendo e buscando auxiliar empresas e startups a organizarem suas ideias colocando no mercado produtos inovadores para auxiliar as pessoas em suas tarefas.

Estarei através deste blog, trazendo alguns aprendizados e dicas para que você consiga tirar suas ideias do papel, e assim ajudar outras pessoas com seu produto/serviço.